Praticando Escrita


Terminei o segundo capítulo do Baronato, "O Teatro dos espíritos". Aqui as coisas começam a aparecer e o leitor é apresentado ao protagonista, Sehn, e suas dúvidas: cumprir uma vingança ou uma promessa?

A história está bacana, não vou mentir. Gostei de como fiz as coisas, de como o cenário se encaixou num steampunk-fantático e numa fantasia-medieval cheia de tecnologias. Mas acho que é disso que vive a literatura: experimentos.
Ainda steampunk, posso dizer que sim? Acho que posso, há fortes elementos da cultura aí e eles só tendem a aumentar. Logicamente, o livro todo acaba caindo pra um épico onde, mais pra frente, robôs vão enfrentar caravelas voadoras!

Meu maior problema, atualmente, é a linguagem. Tenho caído num dilema: optar por uma linguagem fácil ou algo mais rebuscado? Sinto-me tentado, só que quando vejo, já estou escrevendo de maneira difícil.

Queria adotar o estilo de um Vianco ou da Rowling - algo fácil, mas não simplista. Equilibrar ação e descrição. Só que acabo indo pra um parnasianismo.

No fim das contas, o que precismo mesmo, é ler mais obras assim, fáceis, pra saber se quero mesmo seguir essa linha.

Provavelmente os senhores já passaram por isso.

3 comentários:

  1. A melhor "resposta", seria: Formula Gaiman.

    O considero um Mestre no quesito escrita. Seja para quadrinhos, cinema ou literatura.

    A linguagem dele é precisa. Textos deliciosos. Tramas eficientes e envolves.
    Lógico, pro terceiro 'item', tem "chão" ainda pra muito de nós. Mas ele é um guia. Atingir algo próximo do trabalho dele é o que eu almejo.


    Sinceramente, muito me cansa a linguagem rebuscada. Por isso nunca li ou parei na metade de livros 'clássicos' ou que tinham este tipo de escrita. Não me atraem, são chatos! Mesmo.

    A literatura simplista (e SIM, Rowling e Dan Brown a possuem) também não me atrai. Me soa pobre, além do fator de precisar de um "esforço extra", porque só a trama pra envolver. O texto não o faz.

    Gaiman é a medida certa (citaria outros exemplos, mas o Neil é o mais fácil e objetivo no momento). Ele sabe dosar textos não-rebuscados, sem ser simplório, em plots excelentes!

    Sei que está lendo muito no momento, livros diferentes de autores distintos. Uma boa!
    Faça escola com cada um deles em seu modo de escrita. É meu conselho. Nada melhor!

    Pense: você QUER publicar esta obra. Ela é de Fantasia. O público é jovem-adulto. Uma linguagem simplista vai vender, mas não lhe trará boas críticas. Uma linguagem rebuscada vai espantar 90% dos seus leitores, cansar que arriscou a ler e ganhar elogio de meia dúzia "mainstream" que gosta de "complexidade textual". Afe...

    O 'meio termo' pode parecer 'fácil' da minha parte, em aconselhar. Mas é!
    Vá testando sua escrita que conseguirá achar o ponto certo. Aposto nisso!

    Lógico, tudo minha opinião. Espero que seja válida em algum ponto! ^^

    Boa sorte!
    Abs

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  2. Rapaz,

    Passei por um dilema parecido. Não que meus livros lançados tenham linguagem difícil, mas com o tempo tomei o gosto de brincar com a estrutura. Depois disso, lá fui eu trabalhar em 2 livros, 2 grandes lançamentos pops da literatura vampiresca. Fiz uma imersão nesse conceito de popular e fiquei pensando como realmente gostaria de escrever meu novo livro, meus magos urbanos. Da magia, pensei logo em Harry Potter e lá fui eu ler o primeiro livro, ler outros infantis. Descobri que nao, nao ia escrever um livro infantil, aquela nao é a minha linguagem. Não é a minha praia. Até pq, trabalho temas mais adultos.

    Como disse o Douglas, queria o público jovem adulto, mas mantendo o jovem em mente, porque às vezes ele sucumbe aí nessa expressão.

    Experimentei uns três começos, os três foram para o lixo. Até que me achei. Acho que tô escrevendo um texto super simples, rápido, do tipo que não é preciso ler duas vezes. Me permito um rebuscamento aqui e ali, geralmente para realçar o clima de uma cena, dar força de imagem ao texto, mas de modo geral Keep it Simple.

    Meu compromisso assumido é com a agilidade e com a diversão. É um texto pro mercado, tão mercado quanto eu conseguiria ser nessa etapa de desenvolvimento da minha escrita. Quem sabe amanhã né?

    Meus rebuscamentos, deixo pros contos lá do site. Pelo menos por enquanto.

    Abs e boa sorte!

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  3. Zero

    o lance é - sempre - equilibrio. Simplismo empobrece a escrita. Rebuscamento desnecessário cansa (e não é a sua praia, pela sua reação ao meu conto neo-gótico, rs).

    Uma coisa que as pessoas tem que ter em mente é que não é por vc estar escrevendo algo passado em um universo calcado em um periodo histórico definido que você tem que imitar o estilo dessa época. Muito pelo contrário. O truque é inserir o leitor no seu universo com palavras e expressões bem colocadas dentro do discurso sem por isso torná-lo arcaizante - ou pseudo-arcaico.

    Um caminho para treinar isso é escrevendo contos em estilos diferentes de propósito. É um excelente treino - eu gosto.:)

    Boa sorte!

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