O Clube dos Imortais - resenha


O vampiro, na Literatura, não é nenhuma novidade.
Criado na época mitológica, o monstro que absorve a vida sempre existiu no imaginário humano, fazendo-se temer e ser admirado por seu poder descomunal.
Minhas leituras atuais e uma rápida incursão pelo Encontro Prática e Escrita, na Unicsul, me levaram a Kizzy Ysatis, vencedor do prêmio Raquel de Queiroz - 2005 - com seu livro: Clube dos Imortais, a nova quimera dos vampiros.
Confesso que fiquei apreensivo com o livro e sua temática. Nunca gostei de vampiros, nem no RPG.


Esta resenha é feita enquanto leio o livro, então, devo tomar cuidado para não me precipitar, apesar de estar "do meio para fim". Depois que terminá-lo, faço outra.

O Clube dos Imortais passa longe (e MUITO) de Crepúsculo e Marcada. Seu estilo literário é rebuscado, pomposo, gótico, sombrio e ousado. Há referências literárias a cada linha, capítulo, epígrafe e até na capa e orelha do livro.
Essas referências reforçam o motivo que levou Kizzy a vencer o Prêmio da UBE - União Brasileira dos Escritores (o Rachel de Queiroz- 2005), afinal, não é qualquer dia que vemos um vampiro perseguindo avidamente o membro da segunda cadeira da academia de Letras. (não vou dizer quem é, vá ler o livro!).

O mais interessante é o paralelo entre dois locais muito conhecidos por jovens paulistas, em diferentes épocas. Temos a Casa Satã (se você não conhece, vá estudar) e o Madame Satã (se você TAMBÉM não conhece, vá sair um pouco).
Entretanto, este monte de referências durante o livro, acaba por confundir um pouco. Há momentos em que a narrativa se perde e há uma pequena queda para descrições desnecessárias. Por exemplo, um dos personagens está na Academia de Direito - Largo São Francisco - observando um retrato e tendo consigo pensamentos saudosos.
Perde-se, então, um bom tempo numa descrição sobre o tal retrato e informações meio que básicas sobre a pessoa ali vista. No entanto, o cenário fica à deriva, perdido, esquecido pelo autor.
Isso acontece em vários capítulos, às vezes o narrador se perde em diversas descrições, quando, na verdade, a cena acaba ficando esquecida.

Por outro lado, os vampiros do livro são fabulosos. Sensuais como os de Anne Rice, poderosos como os de Flávia Muniz, misteriosos como Drácula. Luar, o vampiro-protagonista, é um arquétipo perfeito daquilo que caminha na tênue linha entre o Bem e o Mal. Suas ações monstruosas são repletas de bondade; suas falas plácias, envolvidas em ódio e fúria; e seu poder, um mistério vago e provocante.

Se você está procurando um BOM livro de vampiros, fica aqui a dica. Clube dos Imortais não vai te decepcionar. Principalmente com vampiros de purpurina brilhando por aí.

Um comentário:

  1. Vou adquirir assim que for pra sampa e v~e se já pego o autografo.Beijos mordidos!

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