E agora, José?
A eleição acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a bolinha voou,
e agora, José ?
e agora, você ?
você que tem nome,
que zomba dos outros,
você que faz promessa,
que ama protesta,
e agora, José ?
Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem cadeira,
já não pode eleger,
já não pode mandar,
cuspir (em mim) já não pode,
a noite esfriou,
o voto não veio,
o bando não veio,
a camarilha não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José ?
E agora, José ?
Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
seu genérico,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio - e agora ?
Sem a chave na mão
Como quer abrir a porta?
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou; (e o petróleo, continua sendo nosso...)
quer ir para a Vale,
Vale ainda há. (não privatizou)
José, e agora ?
Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse…
Mas você não morre,
você é duro, José ! (tenta daqui a 2 anos, prefeito...)
Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José !
José, pra onde ?
Paródia de José roberto Vieira, do poema "E agora, josé?" de Carlos Drummond de Andrade.
e agora, josé?
Postado por
José Roberto Vieira
Marcadores:
bolinha de papel,
Carlos Drummond de andrade,
e agora,
josé? serra
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário